quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ricardo Vale: “Ninguém pode querer ser maior que o futebol”


Diante do caos que vem envergonhando o futebol de Brasília, alguns clubes que vão participar da Primeira Divisão do Candangão 2012 ainda não definiram o planejamento de preparação para a disputa do certame. As exceções são Brasiliense, Formosa, Brasília e Brazlândia, que já está treinando.

Para um melhor entendimento sobre os vários assuntos que culminaram na suspensão do início do campeonato, que inicialmente começaria em 21 de janeiro e foi adiado para 12 de novembro, o blog conversou com Ricardo Vale, presidente do Sobradinho.
 
Entre alguns assuntos abordados pela nossa reportagem, o dirigente opinou sobre a intervenção na FBF, cobrando uma eleição imediata e fez críticas a gestão do futebol local. Ricardo Vale ainda criticou a indefinição para o inicio da competição e fez uma previsão de quando iniciarão os trabalhos do Sobradinho.

EC – Como você, como presidente do Sobradinho, está acompanhando esse imbróglio a respeito do início do Candangão 2012?

Estou muito preocupado com o futuro do Futebol Profissional de Brasília. Esse imbróglio não pode ser tratado como uma coisa simples, os dirigentes dos clubes não podem desprezar a gravidade dessa intervenção na Federação, ela não é fruto do acaso, cometeram irregularidades na gestão da federação, o tribunal de justiça, o ministério público, o tribunal de contas têm mais é que apurar mesmo e ver o que de fato aconteceu.

EC – Qual é a participação do Sobradinho nesse processo que culminou na decisão de suspensão do início do campeonato, antes previsto para iniciar em 21 de janeiro?

O Sobradinho não participou da reunião onde alguns clubes decidiram pela suspensão do campeonato, mas somos solidários com os dirigentes que tomaram essa decisão. Se o propósito é de ganhar tempo para que as coisas se resolvam, tudo bem, mas se foi com outros objetivos, tais como, enfraquecer o processo, a causa da intervenção, na minha concepção foi um equívoco.

EC – Na última quinta-feira, os clubes se reuniram e aprovaram uma proposta para aumentar o número de participantes de dez para doze times. Foi uma forma encontrada para eliminar a disputa judicial entre Capital x Legião, e Atlético Ceilandense x Brasília. Como você analisa essa alternativa apresentada?

Acho que as coisas do futebol deveriam ser decididas, sempre, dentro do campo, e de acordo com o regulamento das competições, quando isso não é possível, a instância responsável, no caso, o Tribunal de Justiça Desportiva, deve resolver, afinal é para isso que ele existe. Acontece que nosso futebol chegou ao fundo do poço, um processo como esse pode demorar meses para ser resolvido nos tribunais, corremos o risco de não realizar a competição deste ano, então dentro de um processo legal, de acordo com nosso estatuto e um entendimento entre os Clubes, acho que seria bom para o futebol a participação de 12 equipes.

EC – Comenta-se nos bastidores que há um grupo de dirigentes “tumultuando” o início do campeonato para benefícios próprios. Você percebeu que realmente existe isso (Há dirigentes querendo se beneficiar com esse impasse) ou as equipes estão trilhando o mesmo caminho, no sentido de acharem a melhor solução para o bem de todos?

Não posso afirmar isso, tomara que não seja verdade. Propostas de impedir clubes como o Brasília, o Capital e o Brasiliense de não disputar o campeonato por vontade de alguns dirigentes, na minha concepção é um absurdo, pois isso é uma decisão jurídica. Não acho que exista ainda uma unidade entre os dirigentes das dez ou doze equipes que vão disputar a competição de como vamos resolver essas questões, mas para o bem do futebol de Brasília, temos que chegar a essa unidade logo.


EC – Quais alternativas você, na qualidade de dirigente, indicaria para resolver a questão da intervenção na federação? Os clubes já teriam um nome para assumir a FBF, mesmo que de forma provisória?

Até onde eu sei existem duas situações que motivaram a intervenção; uma foi à gestão da própria federação, e a outra, a não prestação de contas por parte de alguns clubes, de recursos públicos recebidos do GDF. A justiça deveria em sua decisão além ter decretado a intervenção, ter marcado a data de uma nova eleição e a data do fim da intervenção. Os torcedores, jogadores, treinadores, árbitros, clubes e a imprensa não podem ficar no prejuízo, que se investiguem logo o que tem que ser investigado, e que se cobre a devolução dos recursos caso tenha que ser devolvidos. O futebol de Brasília não pode ser sacrificado por causa de alguns e da morosidade da justiça, ninguém pode querer ser maior que o futebol. Portando, a solução é a eleição na federação e que ela aconteça o mais rápido possível, de acordo com o estatuto, de forma transparente e legal. Esta é a questão que precede todas as outras, o resto são assuntos que os tribunais devem resolver.

EC – Deixando essa questão da federação de lado, o que você pode falar a respeito do time do Sobradinho para o Candangão (elenco, comissão técnica, data de apresentação, etc)?

O Sobradinho vai repetir a mesma filosofia e o planejamento realizado na disputa da 2ª divisão, a qual fomos vice-campeões, ou seja, primeiro buscamos os parceiros e patrocinadores que teremos para disputar a competição, feito isso, montamos nosso elenco e comissão técnica, até o momento não criamos as condições de montar o time ideal para disputar o titulo, mas estamos trabalhando duro para conseguir esse objetivo. Devemos iniciar a preparação do nosso elenco a partir do dia 09 de janeiro.

EC – Até que ponto essa indefinição generalizada para começar o campeonato atrapalha a montagem do time?

Essa indefinição atrapalha principalmente a captação de recursos juntos aos patrocinadores, nosso campeonato já é fraco se comparado com outros centros, na normalidade já é difícil os clubes conseguirem empresas ou empresários para investir no nosso futebol, imagine nesse caos que estamos vivendo.

Nenhum comentário:

Ouça um pouco do meu trabalhos no rádio candango