Diante do caos que vem envergonhando
o futebol de Brasília, alguns clubes que vão participar da Primeira Divisão do
Candangão 2012 ainda não definiram o planejamento de preparação para a disputa
do certame. As exceções são Brasiliense, Formosa, Brasília e Brazlândia, que já
está treinando.
Para um melhor
entendimento sobre os vários assuntos que culminaram na suspensão do início do
campeonato, que inicialmente começaria em 21 de janeiro e foi adiado para 12 de
novembro, o blog conversou com Ricardo Vale, presidente do Sobradinho.
Entre alguns assuntos
abordados pela nossa reportagem, o dirigente opinou sobre a intervenção na FBF,
cobrando uma eleição imediata e fez críticas a gestão do futebol local. Ricardo
Vale ainda criticou a indefinição para o inicio da competição e fez uma
previsão de quando iniciarão os trabalhos do Sobradinho.
EC – Como você, como presidente do Sobradinho, está
acompanhando esse imbróglio a respeito do início do Candangão 2012?
Estou muito preocupado com
o futuro do Futebol Profissional de Brasília. Esse imbróglio não pode ser
tratado como uma coisa simples, os dirigentes dos clubes não podem desprezar a
gravidade dessa intervenção na Federação, ela não é fruto do acaso, cometeram
irregularidades na gestão da federação, o tribunal de justiça, o ministério público,
o tribunal de contas têm mais é que apurar mesmo e ver o que de fato aconteceu.
EC – Qual é a participação do Sobradinho nesse
processo que culminou na decisão de suspensão do início do campeonato, antes
previsto para iniciar em 21 de janeiro?
O Sobradinho não
participou da reunião onde alguns clubes decidiram pela suspensão do
campeonato, mas somos solidários com os dirigentes que tomaram essa decisão. Se
o propósito é de ganhar tempo para que as coisas se resolvam, tudo bem, mas se
foi com outros objetivos, tais como, enfraquecer o processo, a causa da
intervenção, na minha concepção foi um equívoco.
EC – Na última quinta-feira, os clubes se reuniram e
aprovaram uma proposta para aumentar o número de participantes de dez para doze
times. Foi uma forma encontrada para eliminar a disputa judicial entre Capital
x Legião, e Atlético Ceilandense x Brasília. Como você analisa essa alternativa
apresentada?
Acho que as coisas do
futebol deveriam ser decididas, sempre, dentro do campo, e de acordo com o
regulamento das competições, quando isso não é possível, a instância
responsável, no caso, o Tribunal de Justiça Desportiva, deve resolver, afinal é
para isso que ele existe. Acontece que nosso futebol chegou ao fundo do poço,
um processo como esse pode demorar meses para ser resolvido nos tribunais, corremos
o risco de não realizar a competição deste ano, então dentro de um processo
legal, de acordo com nosso estatuto e um entendimento entre os Clubes, acho que
seria bom para o futebol a participação de 12 equipes.
EC – Comenta-se nos bastidores que há um grupo de
dirigentes “tumultuando” o início do campeonato para benefícios próprios. Você
percebeu que realmente existe isso (Há dirigentes querendo se beneficiar com
esse impasse) ou as equipes estão trilhando o mesmo caminho, no sentido de
acharem a melhor solução para o bem de todos?
Não posso afirmar isso,
tomara que não seja verdade. Propostas de impedir clubes como o Brasília, o
Capital e o Brasiliense de não disputar o campeonato por vontade de alguns
dirigentes, na minha concepção é um absurdo, pois isso é uma decisão jurídica.
Não acho que exista ainda uma unidade entre os dirigentes das dez ou doze equipes
que vão disputar a competição de como vamos resolver essas questões, mas para o
bem do futebol de Brasília, temos que chegar a essa unidade logo.
EC – Quais alternativas você, na qualidade de dirigente,
indicaria para resolver a questão da intervenção na federação? Os clubes já
teriam um nome para assumir a FBF, mesmo que de forma provisória?
Até onde eu sei existem
duas situações que motivaram a intervenção; uma foi à gestão da própria
federação, e a outra, a não prestação de contas por parte de alguns clubes, de
recursos públicos recebidos do GDF. A justiça deveria em sua decisão além ter
decretado a intervenção, ter marcado a data de uma nova eleição e a data do fim
da intervenção. Os torcedores, jogadores, treinadores, árbitros, clubes e a
imprensa não podem ficar no prejuízo, que se investiguem logo o que tem que ser
investigado, e que se cobre a devolução dos recursos caso tenha que ser
devolvidos. O futebol de Brasília não pode ser sacrificado por causa de alguns
e da morosidade da justiça, ninguém pode querer ser maior que o futebol. Portando,
a solução é a eleição na federação e que ela aconteça o mais rápido possível,
de acordo com o estatuto, de forma transparente e legal. Esta é a questão que
precede todas as outras, o resto são assuntos que os tribunais devem resolver.
EC – Deixando essa questão da federação de lado, o que
você pode falar a respeito do time do Sobradinho para o Candangão (elenco, comissão
técnica, data de apresentação, etc)?
O Sobradinho vai repetir a
mesma filosofia e o planejamento realizado na disputa da 2ª divisão, a qual
fomos vice-campeões, ou seja, primeiro buscamos os parceiros e patrocinadores
que teremos para disputar a competição, feito isso, montamos nosso elenco e
comissão técnica, até o momento não criamos as condições de montar o time ideal
para disputar o titulo, mas estamos trabalhando duro para conseguir esse
objetivo. Devemos iniciar a preparação do nosso elenco a partir do dia 09 de
janeiro.
EC – Até que ponto essa indefinição generalizada para
começar o campeonato atrapalha a montagem do time?
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