domingo, 4 de dezembro de 2011

Chapa quente!


Foto: Esporte Candango
União. Essa é a premissa básica na chapa encabeçada por Joy Lôbo (foto), que disputará as eleições para o mandato tampão de um ano à frente da Sociedade Esportiva do Gama. Após a renúncia da diretoria que começou com Paulo Goyaz e terminou com Carlos Macedo e demais integrantes da chamada "situação" se afastando da direção antes do final do mandato, em assembléia realizada no último dia 24/11, surge mais uma opção para assumir os destinos do clube, além da chapa, até então única de oposição, liderada por Antônio Cândido, o Toninho, e Miguel Peres.


"Somos independentes do grupo do Toninho e daquele que renunciou na última assembléia", frisou Joy Lôbo antes mesmo de começar a entrevista na qual detalhou o que pretende fazer no comando do Gama caso sua chapa seja eleita. Terceira via? "Pode-se dizer que sim, mas nossa intenção é buscar um Gama só. Precisamos unir todos dentro do clube em torno de um único objetivo que é pensar no bem da instituição como um todo", destacou o candidato, que chegou a trabalhar como preparador físico na gestão de Wagner Marques.
Em entrevista exclusiva concedida neste domingo, Joy Lobo, que também é Sócio Benemérito do Gama e principal articulador do chamado projeto Fênix, recebeu a reportagem do Esporte Candango e explicou as metas do seu grupo para promover o resgate do Gama, como a negociação está sendo feita e os planos para a nova gestão, caso a chapa seja eleita no pleito da próxima terça-feira (6).
Confira a entrevista de Joy Lobo, candidato à presidência do Gama na eleição de terça-feira.
EC - Gostaríamos que você falasse um pouco sobre quem é Joy Lobo e qual a sua ligação com o Gama.
“Eu acho que, talvez, muitas pessoas não se lembrem de mim, pois saí do Gama em 1998. Hoje, trabalho com gestão de carreira de jogadores, principalmente no exterior. Mas eu tenho uma história no Gama e uma passagem marcante no Gama entre 1994 e 1998, como preparador físico. Apesar de eu ter sido tricampeão no Taguatinga, o meu time é o Gama. Eu até fico sentido em ver o clube passando por essa situação, mas acho que ele tem jeito. Com um planejamento sério, com transparência e com o apoio da torcida e da imprensa. Vai ser um trabalho de início, juntando os cacos e fazendo uma coisa com credibilidade e transparência”.
EC – Como começou a idéia desse projeto para esse grupo assumir o Gama e qual é o principal objetivo?
“Houve um grupo de pessoas que se interessaram pela situação do Gama e me procuraram, por eu ser Sócio Benemérito do clube. Eu mostrei a eles qual era a potencialidade do Gama em relação à torcida, marketing e toda a dimensão que o Gama tomaria em boa situação”...
EC – Está sendo formada mais uma chapa para concorrer à presidência do clube e esse grupo tem alguma ligação com a diretoria que saiu ou com a chapa que está sendo formada por outras pessoas da oposição à gestão de Carlos Macedo?
“Eu quero colocar uma coisa no seguinte sentido: a gente não está com o intuito de fazer uma chapa de situação ou de oposição. É uma coisa que deve se conversada entre todos pós-acerto das coisas. A primeira coisa que tem que parar é com isso. Essa questão de oposição. Todo mundo tem seu valor e teve sua contribuição. Conheço o Toninho, o Tonhão, como conheço o Wagner Marques, com quem trabalhei no passado. Mas quero frisar que é uma cosia totalmente independente”.
EC – Seria uma terceira via?
“Pode se considerar uma terceira via, mas a gente quer juntar todo mundo e conversar, porque são pessoas que têm história no clube. Não existe essa coisa de que nós vamos mandar ou vamos fazer isso ou aquilo. Há um grupo de investidores e, no futebol de hoje, quando se tem um investidor, a coisa torna-se mais fácil. Então, nós temos isso hoje. Mas é uma coisa sem disse e me disse. A coisa está na mesa e essa terceira via seria a união do Gama”.
EC – Quem são esses investidores e o que eles oferecem em termos de investimento para o Gama?
“Na realidade é um laboratório farmacêutico, uma empresa cerealista e um banco. Enquanto não tiver algo concreto eles pediram para eu não divulgar os nomes, mas existe um investimento previsto de R$ 100 mil por mês de cada grupo”.
EC – Voltando o foco para o departamento de futebol, vocês já estão formando a comissão técnica? Poderia falar sobre isso?
“A coisa já está bem adiantada. A comissão técnica já sentou com os investidores e já está montada. O que posso adiantar é que o treinador Marcão, ex-Bangu-RJ, já foi contactado. Tivemos um contato com ele e pelo projeto e o calendário do Gama, o Marcão se mostrou interessando. Tem outros dois nomes na lista. Um deles é o Paulo Campos, que foi auxiliar do Luxemburgo no Real Madri, mas este já tem um contrato com o Rezende-RJ. Também aprovamos o nome do Marcos Soares, ex-Brasiliense, além de outras possibilidades”.
EC – E como é o planejamento para montar o time para o campeonato estadual e a Copa do Brasil?
“O Planejamento feito é montar um time forte para a Copa do Brasil, que começaria disputando o Candangão com a missão de conquistar a vaga para a Série D. Há um objetivo maior, porque os investidores não querem investir só em uma coisinha. O Gama conquistou o último título em 2003. Então, há um jejum muito grande. Se as coisas acontecerem, o time será formado para ser campeão”.
EC – Voltando ao assunto da chapa. Você seria o candidato a presidência?
“O que foi conversado foi o seguinte. Como eu sou Sócio Benemérito, então eu posso concorrer ao cargo de presidente. Talvez, eu encabece essa chapa, porque o investidor quer uma pessoa que ele conheça para administrar a parte financeira. Estamos trabalhando não com especulações, mas com fatos. Está tudo pronto, a chapa da diretoria, e dos Conselhos Fiscal e Deliberativo”.
EC – E como vocês estão articulando a questão dos votos que precisam na eleição de terça-feira?
“Estamos trabalhando com os cnselheiros e apresentando o projeto para ver se conseguimos convencê-los a votarem na chapa e assim darmos sequência ao trabalho”.
EC – Como a diretoria pretende tratar a parte delicada do Gama, como o CT que não pertence ao clube e a questão da venda da sede social?
“A partir do momento que assumirmos o clube vamos procurar saber o que está acontecendo. O que eu sei é que o CT não é do Gama, mas já entramos em contato com o dono (Wagner Marques) e fizemos uma proposta de aluguel. Houve uma resposta que sim, ele está disposto a alugar o espaço e caso a chapa seja eleita não vamos ter surpresa. Na parte jurídica a gente tem que analisar e botar tudo às claras. É muito delicado falar sobre isso sem ter uma base do que realmente está acontecendo”.
EC – Você falou que a comissão técnica já está apalavrada. E a respeito de jogadores?
“Já temos 12 jogadores contactados. Inclusive, tivemos um contato com o pessoal do Fluminense. O Marcão nos indicou alguns jogadores, caso a cosia realmente aconteça (...)”.
EC – Como vocês pretendem resolver a questão da parceria com a FUNFA, já que ela é a empresa que cuida da base e o time pode até não disputar a Copa São Paulo de Juniores?
“A gente tem que sentar com a FUNFA e conversar. Quem investe na base quer lucro e para isso tem que gerar talento. A gente não pode chegar e querer mudar tudo de uma vez. O que temos que fazer são adaptações pensando no que for melhor para o Gama. Em primeiro lugar existe uma coisa que é a camisa do Gama. Se for campeã ou perder de dez a zero, é o Gama e não a FUNFA”.
EC – Como vocês pretendem resgatar a grande massa alviverde?
“Temos que chamar os líderes de torcida e pedir apoio. Não dá para construir uma casa de uma hora para outra. Os torcedores e todo mundo têm que a consciência de que o Gama, a partir do dia 7, não vai ser um time como todos querem. Ninguém vai atropelar as etapas. Brasília tem 2,5 milhões de habitantes, dos quais 1% deles são torcedores do Gama.  A cidade do Gama é diferenciada. Se esse projeto não der certo, a torcida vai poder cobrar depois, mas quando se inicia precisa apoiar. Tem muita coisa para ser acertada no Gama. Estamos vindo de uma sequência de anos conturbados e sem títulos”.
EC – Não sabemos o que vai acontecer na próxima terça-feira (eleições), mas se a chapa for eleita vocês já definiram uma data para a apresentação do time?
“Há uma previsão de apresentação. Talvez seja próximo do dia 20 de dezembro, apenas para exames médicos, e depois do Natal iniciam os treinamentos. Os jogadores que estamos acertando já estão trabalhando a parte aeróbica. Para vocês verem que é um trabalho sério, já estamos contratando três preparadores físicos para partes específicas e a nossa comissão técnica será muito competente. O nosso auxiliar técnico será de Brasília, porque queremos uma pessoa que conheça o futebol local. Agora, a gente precisa trabalhar isso tudo com os conselheiros que têm o poder do voto. Eu sou o articulador disso tudo e digo que será uma cosia diferente, porque estamos pensando no Gama”.


Por Eduardo Castro e Jânio Gomes / Esporte Candango

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